Tarde fria
tranquila e harmônica. Acompanhada de sorrisos e melodias. Pensando em
fotografias e seu ente amado que talvez seja um dia. Ao caminhar sobre as ruas
em plena semana causava-me reflexão e ao mesmo tempo uma triste solidão.
Quanta timidez e
vergonha sentir ao conversar com um artista, não tão famoso, nem tão grande
produtor de artes, ma apenas para seu sustento. Obrigações que nossas mães
costumam fazer chegam a vale a pena quando sentimos e observamos fatos que nos
levam a refletir.
Mamãe havia me
entrego duas atividades a serem feitas. A primeira era ir a uma loja de joias
para consertar um pingente e ver se havia tarraxas para os brincos de minha
doce e querida avó. A loja parecia agitada, clientes entrando e saindo desesperados,
logo em véspera do dia das mães, seria muito comum. Deixei as joias e partir
para a segunda atividade.
A segunda
atividade era uma lojinha, próximo a um hotel, conhecido como banheiro público
em época de festas noturnas. Para muitos seria um camelô e outros uma simples
feira de objetos. Lá, se encontrava as minhas joias e eu a me preocupar. Ao
chegar, encontrava-se um homem não tão velho, parecia estar nervoso. Olhou-me
serio e perguntou:
– O que a senhora
deseja? – falou rapidamente.
– Vim buscar uma encomenda que Beta da
Disbatel pediu. – respondi vergonhosamente e preocupada.
– Um momento. –
disse o senhor.
Rapidamente o
senhor abriu uma gaveta e tirou um pequeno pacote, retirou duas correntes
finas, como um fio de cabelo, e começou a consertar. Criei várias dúvidas.
– Como você
consegue ver? É tão pequeno que para eu conseguir ver, seria necessário o uso
de lupas.
– São 15 anos de
luta e trabalhando com isso. Estou acostumado. – Parou e olhou-me seriamente –
Na vida é do mesmo jeito. Você passará tantas vezes pelo o mesmo problema até
se acostumar com ele e conseguir resolve-los cada vez mais fácil, sem ajuda de
agentes externos. Independente do tamanho seja pequena e fino como essa
corrente de ouro ou como essa corrente grossa de prata. São com pequenos
detalhes que podemos mudar nossas vidas.
Calei-me por um
tempo e tomei como reflexão para a minha vida.
– São R$ 7,00.
Obrigado senhora e volte sempre! – disse ele, ainda nervoso.
– Eu que
agradeço... – entreguei o dinheiro e permaneci refletindo com suas palavras.
São pequenos
momentos em nossas vidas que se prestarmos atenção em cada uma delas, seriamos
bem melhores.
Michele Bethiane Melo Marinho e Silva
13 de Maio de 2012